A análise existencial veio reformular, nas últimas décadas, todo o tratamento psicoterapêutico ; na nova Perspectiva em que valoriza o doente, o professor Viktor E.Frankl não pretende apenas libertá-lo de supostos”tabus” introjetados, mas fornecer à sua liberdade um “para quê”, um sentido. Desfaz assim o determinismo em que incide boa parte da cultura actual, realçando a necessidade de cultivar a liberdade, o carácter e o senso de responsabilidade como partes integrantes da saúde psíquica; supera a pansexualismo da origem freudiana, salientando que o prazer- assim como o poder- não preenchem o “vácuo existencial” do indivíduo; dilucida, enfim, o papel do espírito na captação dos valores objectivos, na abertura para a transcendência , sem a qual qualquer equilíbrio psíquico se reduz a uma palavra vã, Entre Freud, para quem a religião se confundia com uma “neurose”, e Frankl, que vê nas exigências do dever e dos valores espirituais um fator terapêutico, , medeia um abismo. Há entre eles uma diferença comparável àquela que opôs o heliocentrismo ao geocentrismo, na era quinhentista.
O livro que a quadrante ora apresenta expõe as bases da Logo-terapia, teórica que tem sido apontada como “o pensamento mais importante desde Freud e Ader”(The American Journal of Psychiatry). As considerações profundas que encerra, a sua originalidade, e até o estilo ameno, ágil e comovente ao Autor, que toca as fibras mais finas da poesia e da dialéctica sem perder o rigor científico, tornam-no imprescindível não apenas para os psiquiatras, mas para todos os médicos, pastores de almas, educadoras e estudantes de psicologia. Carl Rogers classificou-o como “uma das mais importantes contribuições à psicologia publicadas nos últimos cinquenta anos”.
Avaliações
Ainda não existem avaliações.