MNAA Para a História do Museu Nacional de Arte Antiga 2010-2019
Cumpridos nove anos e três meses de exercício da direção do MNAA, entendi ser meu elementar dever – imposto a um tempo pela condição de dirigente público, prestando contas no ato de cessar funções e de historiador, curando das fontes que alicerçarão o escrutínio do futuro – dar à estampa um conjunto de textos, em boa parte inéditos ou de acesso pouco prático, que, entre si, permitirão desenhar o que foi o exercício desta quase década ao leme daquela que é, consabidamente, uma das grandes instituições culturais portuguesas. Pela singularidade das circunstâncias que rodearam esse exercício, são peças importantes, creio, Para a História do Museu Nacional de Arte Antiga, entre todas se configurando, no arco que desenham, o pensamento e o programa de ação desenvolvidos, bem como, naturalmente, os respetivos avatares. Aqui ficam, pois, simplesmente, ad perpetuam rei memoriam.
Nove anos e três meses que passaram num ápice, mas que não deixam de configurar quase uma década. Tempo sobejo, pois, para que (bem ou mal) se cumprisse o projeto que desenhei para o Museu, pelo que, em conformidade, chegou o tempo de sair – com o reconfortante sentimento de haver cumprido a minha parte do contrato, a que então me comprometi, de “defendê-lo e promover a sua marca”. É assim tão simples. Importa, contudo, que se diga que não se tratou do meu projeto: mas, tão só, de uma visão estratégica, ideada ao serviço do Museu e do eficaz e elementar cumprimento da sua própria missão. Por isso a vertigem destes dias (de todos eles) foi vivida em partilha plena e cumplicidade inteira por toda a equipa (essa equipa ímpar) a qual, de igual modo, lhe aplicou inteiros o coração e a alma. É, a essa ideia por todos comungada que, essencialmente, me orgulho de ter dado, nestes anos, o meu contributo próprio: como um mais, numa cadeia que atravessa o tempo.
Sobre António Filipe Pimentel:
É licenciado em História – variante de História da Arte (1985), mestre em História Cultural e Política da Época Moderna (1991) e doutor em História da Arte (2003), sempre pela Universidade de Coimbra, de cuja Faculdade de Letras é professor, aí exercendo as funções de Diretor do Instituto de História da Arte (2005-2009), em acumulação com as de Pró-Reitor para o Património e Turismo (2007-2009).
Após breve passagem pela direção do Museu Grão Vasco, em Viseu (2009-10), assumiu, a 1 de Março de 2010, as funções de Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), a que correspondem igualmente as de Subdiretor-Geral do Património Cultural – que cessa, por decisão própria, a 1 de junho de 2019.
Distinguido com o Prémio Gulbenkian de História da Arte 1992/94, com a obra Arquitectura e Poder, o Real Edifício de Mafra (2.ª ed., Lisboa, Livros Horizonte, 2002), é académico correspondente nacional da Academia Nacional de Belas Artes, académico correspondente da Academia da Marinha e membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa.
A sua investigação (que abrange as áreas da arquitetura, pintura, escultura e artes decorativas) centra-se na arte e cultura do Barroco, ao mesmo tempo que investiria, necessariamente, nos domínios da gestão cultural. Com a tese de doutoramento, A Morada da Sabedoria. I – O Paço Real de Coimbra: das origens ao estabelecimento da Universidade (Coimbra, Almedina, 2005), desenvolveria ainda uma nova área de especialização, no património universitário, que justificaria a sua nomeação como coordenador científico da Candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial UNESCO (2003-12).
Colabora regularmente com instituições científicas nacionais e internacionais e conta com quase três centenas de títulos publicados, a grande maioria em prestigiadas publicações científicas nacionais e estrangeiras ou catálogos de exposições, em Espanha, França, Itália, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Polónia, Eslováquia, Eslovénia e Brasil.
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